Tudo o que seu pet não consegue evitar — mas que você pode
Narrado por: Banzé e Alf, juntos num protesto olfativo e sonoro com classe, dados e um pouco de drama
Parte 1: Repelentes Elétricos com Difusão Química (os de tomada)
Você sabe como como eles funcionam?
– Explica aí Banzé!
– Na teoria é simples:
Você coloca o aparelho na tomada → ele aquece uma substância química → ela se transforma em vapor ou aroma no ambiente. Os mosquitos fogem. Os pets sofrem.
Principais substâncias e riscos reais:
| Nome da substância | Usada em… | Risco para cães | Risco para gatos |
| Alletrina (d-aletrina) | Repelentes comuns de tomada | Leve irritação respiratória | Tóxica em exposições prolongadas |
| Pralletrina | Modelos mais potentes | Pode causar salivação e tremores | Altamente tóxica, pode causar convulsões |
| Transflutrina | Aromatizadores modernos | Náuseas, inquietação | Irritação severa, sintomas neurológicos |
| Esbiotrina | Alguns difusores líquidos | Risco baixo em ambientes ventilados | Pode causar vômitos e letargia |
| Permetrina | Às vezes presente em tapetes repelentes | Relativamente segura para cães | EXTREMAMENTE tóxica para gatos — mesmo em pequenas doses |
– E Banzé, você sabe por que nós gatos somos mais vulneráveis?
– Nós não metabolizamos bem piretróides (classe química dessas substâncias) devido à deficiência de uma enzima hepática chamada glucuronil transferase. Ou seja: o que sai do aparelho e evapora no ar acumula no nosso corpo.
– Muito bem Alf. E isso pode gerar:
- Tremores musculares
- Hiper salivação
- Falta de coordenação
- Convulsões
- E, em casos severos, falência hepática ou morte
– Já nós, os cães, somos mais resistentes, mas:
- Raças braquicefálicas (Pug, Bulldog, Shih Tzu): sofrem mais com qualquer irritação respiratória
- Filhotes, idosos ou com doenças hepáticas metabolizam com mais dificuldade
- Já em cães ansiosos o cheiro constante pode gerar hiperatividade ou agitação
Parte 2: Repelentes de Ultrassom (os que “ninguém ouve” — exceto nós)
Como funcionam?
Dispositivos eletrônicos emitem frequências sonoras entre 20 e 65 kHz — inaudíveis para humanos, mas claramente perceptíveis para mim e para a Alf.
A ideia é que isso incomode mosquitos, ratos ou mesmo formigas… mas acaba atingindo a gente também.
E sabe o que sentimos?
Em nós, cães, causam irritação, ansiedade, agitação noturna, hipersensibilidade sonora, medo repentino.
Nos gatos, como a Alf, geram um estresse agudo, miados contínuos, vontade fora do comum em se esconder acompanhada de um comportamento mais defensivo e até alteração na frequência cardíaca.
É como se você tivesse um apito assoprando o tempo todo em seu ouvido… Agora tente dormir, comer, ou simplesmente relaxar. É isso que o ultrassom pode fazer com a gente.
Estudos feitos pelos humanos indicam que a exposição contínua a ultrassom aumenta os níveis de cortisol em cães e gatos (hormônio do estresse).
Os efeitos disso pode ser desde o bloqueio de entrarmos nos cômodos em que estão esses repelentes e mudança em nossa rotina do sono e alimentação.
Mas você não precisa ficar entre a nossa saúde e a convivência incômoda com insetos. Existem alternativas seguras para nós:
- Prefira soluções físicas: telas em janelas, mosquiteiros, ventiladores, velas fora do alcance dos animais e só em áreas ventiladas.
- Se for usar difusor químico, ligue por curtos períodos, em ambientes com circulação de ar e sem pets dentro do cômodo.
- Nunca use ultrassom se seu pet já for sensível a sons, ansioso ou tiver comportamento compulsivo.
- Evite sprays no ar ou nas roupas dos animais — especialmente com citronela, tea tree, eucalipto e laranja amarga.
Nossa conclusão direta e reta.
Banzé: “Só porque você não ouve ou não sente, não quer dizer que a gente não esteja sofrendo.”
Alf: “Se você realmente quer se proteger de pernilongos… pense antes em proteger meu fígado e minha sanidade.”