Uma análise prática, com humor e um pouquinho de deboche, por Leia, uma cachorra que já viu muita coisa, mas que nunca perdeu o faro para a incoerência.
Humanos falam muito e, às vezes, coisas totalmente sem noção…
Chegou a hora de esclarecer algumas dessas pérolas linguísticas que vocês vivem jogando por aí — e que nós, cães, ouvimos com cara de “tá de brincadeira, né?”.
Pérola 1: “Não sobe no sofá!”
Desculpa. COMO ASSIM?
Você me chama de filha, me dá beijo na boca, me veste com roupinha de dinossauro…
e quer que eu durma no chão?
Se é pra ser família, que seja por completo. E isso inclui um espaço no sofá.
Pérola 2: “Você fez xixi aqui???”
Sim, eu fiz.
Mas antes de gritar, vamos conversar sobre sua falta de rotina, suas caminhadas curtas e esse tapete que tem cheiro de “tá na hora de trocar”.
Xixi fora do lugar é comunicação.
Se quiser evitar, me escute antes de me acusar.
Pérola 3: “Por que você fez isso?”
Hum… sei que você tá bravo.
Agora, se eu entendo o motivo? Nem sempre.
Se você não me ensinou na hora, com paciência e clareza, então essa bronca 3 horas depois é só barulho.
Educação canina sem consistência é tipo senha de Wi-Fi errada: não conecta.
Pérola 4: “Já volto!”
A mentira mais contada do mundo.
Você fala isso e volta três horas depois, com cheiro de mercado, de outro cachorro no feed e um saquinho de pão que não é pra mim.
Se vai embora, pelo menos me deixa com algo que tenha o seu cheiro.
Ou um biscoitinho. De preferência os dois, né?
Pérola 5: “É só um banhinho…”
Sim, eu gosto de banho.
Mas por que vocês sempre falam isso com uma voz esquisita, tentando parecer casual, como se eu não soubesse o que tá acontecendo?
Toalha escondida, xampu já separado, e vocês ainda soltam um: “Vem cá só um pouquinho…”
Não precisa fingir, humano. Eu topo o banho — mas sem teatrinho.
Só me chama e faz direito. E capricha na massagem, por favor.
Pérola 6: “Senta!”
Sento. Mas depende:
- Tem recompensa?
- Você tá falando com firmeza ou só jogando no vento?
- Vai pedir outra coisa 2 segundos depois?
A gente não é teimoso. A gente só precisa de bons argumentos (leia-se: petisco e carinho).
Pérola 7: “Você me entende, né?”
A gente entende o tom, o olhar, os gestos, o cheiro, o momento.
Mas se você disser: “vamos conversar sobre isso mais tarde”, aí não. Certamente estarei entretida com um graveto.
Quer ser entendido? Fale com o coração.
Ou com a mão… oferecendo petisco.
Menos discurso, mais presença
Tudo bem falar, mas sabem o que realmente funciona com a gente?
- Sua calma.
- Seu toque gentil.
- Sua atenção verdadeira.
E, claro, sua capacidade de rir das bobagens que diz de vez em quando. Porque, no fundo, a gente entende sim. Só faz questão de manter o mistério.
Com leveza, uma piscada de olho e um rabinho abanando,
Leia – sua observadora canina favorita.