Por Bau, pastora alemã com alma contemplativa e ouvidos bem treinados
Você liga o som, aumenta o volume e começa a dançar. A casa se enche de batidas, refrões e vozes humanas cheias de intenção. E ali estou eu, no meu canto favorito, deitada com a cabeça entre as patas, olhos semicerrados, corpo relaxado. Não se engane: eu estou ouvindo.
Sim, humano. Eu tenho preferências musicais.
E se você quiser saber mais sobre mim, deveria começar pela minha playlist.
O som que acalma meu corpo
Música não é apenas um ruído a mais no ambiente. Pra mim, é linguagem corporal invisível. Quando você escolhe algo suave, com ritmo constante e timbres macios, meu corpo entra em modo “paz interior”.
Reggae, por exemplo, me faz flutuar.
Jazz me faz sonhar.
Instrumental leve me lembra uma brisa passando entre as folhas.
Agora, se você soltar um rock pesado ou eletrônico acelerado sem aviso… talvez eu me levante, caminhe até a porta e escolha sair. Não é julgamento. É sensibilidade.
Pesquisas mostram que músicas com batidas entre 50 e 60 bpm ajudam a reduzir a frequência cardíaca e o nível de cortisol (o hormônio do estresse) em cães. Em abrigos, por exemplo, o uso de música clássica já demonstrou reduzir latidos, agitação e comportamento agressivo.
Sim, eu percebo o volume
Não precisa gritar. Meus ouvidos ouvem muito mais do que os seus.
Você curte a batida no talo, eu curto a harmonia com suavidade.
Música alta demais me tira do eixo. Me deixa em alerta. E se esse som vier acompanhado de agitação, gritos ou passos apressados, pronto: lá se vai meu momento zen.
Se for pra escutar juntos, que seja num tom de respeito. Música também é energia. E nós, animais, somos mestres em sentir isso.
Dica: mantenha o volume em até 60 dB (equivalente a uma conversa tranquila). Acima disso, pode gerar desconforto auditivo e estresse.
Música e memória: tudo está conectado
Tem aquela música que toca e eu já sei: você vai sair de casa.
Tem outra que anuncia o fim de semana. E aquela que você canta quando está triste.
Eu percebo.
A cada música, uma rotina. A cada melodia, um sentimento. E com o tempo, a gente associa tudo isso.
Se você quer criar uma memória boa comigo, escolha uma música, sente no chão, me faça cafuné. Depois repita. E de novo. Logo, aquela canção será sinônimo de carinho pra mim.
Dicas da Bau para uma trilha sonora pet-friendly:
- Prefira músicas instrumentais, suaves e com batidas regulares (50-80 bpm).Aquelas que se assemelham a uma caminhada calma.
- Evite sons agudos, estridentes ou com mudanças abruptas de volume e ritmo.
- Se quiser que eu durma feliz, experimente música clássica (Bach, Mozart e Beethoven funcionam bem!).
- Reggae e MPB também têm meu selo de aprovação — especialmente as canções com voz suave e batida constante.
- Cante pra mim. Sua voz, com afeto, é minha trilha sonora favorita.
- Teste playlists específicas para pets (disponíveis em apps de streaming) e observe minha reação.
- Associe uma trilha sonora a momentos positivos: massagem, descanso, alimentação tranquila.
Em resumo, humano: se você me ama, ajuste o som.
E, por favor, nada de forró estourado às 7 da manhã.
Com harmonia,
Bau